sábado, 15 de agosto de 2009

Tempos (Des)Modernos

Ainda me lembro, quando tinha lá os meus dois anos, quase três... Numa casa grande, com corredores escuros, lagoa e pomar na frente, cachorro, gato, irmãos. Mãe e Pai: juntos (ou quase isso). A primeira lembrança: "... Isaac, o irmão 'do meio' veio dos Estados Unidos, um lugar longe que eu nunca ia... E trouxe uma coisa estranha que voava e caia, e era bem leve, vermelho. - Bexiga. Ele bateu na 'nova amiga' e ela foi direto para aquele corredor alto, preto, e sem fim... Tive que salvá-la, mas antes mesmo de entrar no corredor, já via as criaturas feias, e enormes que nele ficavam ao cair da noite. Fui, firme. Peguei a 'vermelha', e ao voltar para a luz, ela gritou, um grito super forte e rápido 'Bum'. Morreu, e eu!? Me coloquei a chorar, não sabia se pelo barulho, se pela perda, ou pelo escuro... chorei."
Lá, nesse lugar encantado, a imaginação rolava solta, na verdade a vida era bem estranha, algumas coisas nao faziam sentido, e tudo parecia tão certo. Como algo nao fazer sentido!? Por exemplo: como uma mulher, que tem um pé de humana, ao casar-se, no ato do casamento: vestido branco, ficava com patas de vaca? Patas brancas, mas de vaca. Ou também, como a cidade toda nao se paralisava, cada um em um escurto e escondido cantinho, ao ver um monte de E.T's em coisas que os moviam de um lado ao outro!? (Motoqueiros com roupas de proteção) As pessoas nao sabiam o perigo que corriam.
Eram outros tempos, outras preocupações, e outras pessoas.
Mas as lembranças que ficaram, ficarão para sempre. Algumas nao têm explicação... Outras, podem ter, mas os momentos que vivi, tiveram descobertas únicas.
São Thomé Das Letras. - Onde o carro atolava, onde chovia e tudo parava. Onde loucos são acolhidos, onde barracos são boas casas, onde a bola de fogo trás a luz e o calor, e a Lua, apenas ilumina o frio, onde marcar hora com coisas que 'não existem' é completamente normal. Onde cada um, é a si mesmo.

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